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24 de nov. de 2020

Bibliotecas Livres e algumas considerações

Dragonfly Anarchy Library (No hemisfério norte)
Fico meio pasmada quando as pessoas acham que quando falo de "Bibliotecas Livres" é sobre revolução Flower Power, sendo namastê, acendendo vela aromática pra Ranganathan, sendo pacífica e propondo métodos (???) de se consertar algo que já está mais remendado que colcha-de-retalhos.

Véi, a mudança só se alcança com bagunça, com Caos e infelizmente Destruição.

Pra destruir conceitos estagnados da Biblioteconomia tem que bagunçar as convenções. Pra extinguir práticas antiquadas e acomodadas tem que movimentar, caotizar, trazer à tona todo tipo de problemática e arregaçar as mangas, usar a cuca, propor soluções e fazer acontecer (O tal do fazer por onde).

O sistema tá acostumado com passividade e comodismo, a gente cai nisso quase que por default (afinal mudar o status quo é treta, né?). Mas se você acredita que Bibliotecas são espaços que podem auxiliar na ascensão da classe trabalhadora e da população marginalizada, bota isso aí na lista - Bibliotecas Livres.

Inclusive livres de qualquer envolvimento no sistema que nos sufoca. Biblioteca Livre é caótica, ela não para pra folga, pra férias, pra recesso, ela não tem horário regrado. Tá ali remexendo no lugar 24 horas por dia, independente se você estar nela ou não. Você não é o centro do universo, "biblioteconcentrismo" é contagioso?

E o povão não tem tempo ou dinheiro ou oportunidades para estar no mesmo local de privilégio que a gente. Pega essa teoria aí acadêmica e joga no lixo, aqui quem manda é o povão. 

Ué? E não era para ser?

Ou a gente vai finalmente admitir que estudamos pra servir a um estrato social idealizado que cismamos em insistir que é o público-alvo perfeito? A gente serve (servidão) para a classe média intelectualizada a elite abastada?

Pra esses trem de gestão, planejamento e blábláblá a gente deixa com os engravatados alheios ao mundo real (E o mundo real costuma ser bem cruel com pessoas que não possuem informação como nós), tá na hora de botar a mão na massa, essa é a essência da prática em Bibliotecas Livres.

É entender que você, eu, nós não somos feitos/estudamos apenas para cumprir funções pré-determinadas. A gente precisa saber o que o povão precisa antes mesmo deles terem a necessidade, não servimos a ninguém, a gente compartilha nossas atuações com quem vai multiplicar.

(Para de 'marrar mixaria, sô! Você não é o último biscoito do pacote, já reparou nisso?!)

Bagunçar pra arrumar para quem realmente precisa e vai usar.

Ordem e progresso é pra gente que aplaude o "preservar o cunho liberal e humanista de sua profissão, fundamentado na liberdade da investigação científica e na dignidade da pessoa humana" como sendo o máximo, segue a risca, não questiona nem o que tá proferindo no Juramento, cunho liberal e humanista... O que raios tão querendo dizer com isso?!

Como se essa frase tão simbólica e carregada de discurso positivista não fosse um recorte na nossa função social de cães de manutenção do sistema.
(Sit, junto, sentado, parado)

Bora parar de ser neutro?
Acordar pra cuspir!

Biblioteca Livre é descentralizada, se cuida sozinha, porque cuida de todos (TODOS, não toldos), não se ilude com apud de sei la quem ou acha que tem que ganhar prêmio de "biblioteca do ano". Tá ali porque é necessária pra população e faz por onde para se manter. É vaquinha, é financiamento coletivo, é voluntariado, é abraçar uma causa em conjunto com pessoas dispostas a reconfigurar essa Realidade.

Biblioteca Livre com Práticas
Anarquistas
, anota isso aí diplomados, é o povão que tá fazendo melhor que vocês. Bora descer do salto e juntar as práticas, até onde sei não temos nada a perder.

(Mas ferir o Ego, estraçalhar seus "valores burgueses", rasurar sua existência, isso ninguém quer, né?)

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